Nos anos de 2014 e 2017, a Embrapa soja realizou um estudo com os 10 estados brasileiros que, juntos, produzem cerca de 93% da soja nacional. Nos anos em questão foi analisado o teor de proteína da soja produzida no Brasil, que foi aproximadamente 2% maior do que o dos grãos produzidos pelos Estados Unidos no mesmo período. Por outro lado, os grãos defeituosos das mesmas safras apresentaram um prejuízo de R$1 bilhão ao ano para os produtores de soja do Brasil. O teor médio de proteína da soja brasileira nas safras analisadas foi de 36,69%, enquanto o da soja norte-americana foi de 34,70%. O Brasil poderia explorar comercialmente esse fato, pois cada tonelada exportada pelo Brasil tem 2% a mais de proteína. No entanto, atualmente, o produtor recebe por tonelada entregue e não pelos teores de proteína presentes nos grãos. O principal interesse sobre o teor de proteína nos grãos de soja está relacionada à alimentação humana e animal, onde 32% da soja produzida em território brasilerio é transformada em farelo e utilizada para suplementação alimentar. A soja é muito valorizada pelo seu alto teor de proteína, principalmente para a fabricação  de ração para aves, suínos, bovinos e animais de pequeno porte, pois com grãos de melhor qualidade são necessários menos processos industriais para adequar os produtos aos padrões desejados pelo mercado.

Com a alta produção da cultura da soja em nosso país, é preciso encontrar um diferencial que faça com que seus grãos sejam mais atrativos no momento da venda. O teor de proteínas é um grande diferencial para os produtores que desejam se destacar com o cultivo da soja. Esse fator está diretamente ligado às necessidades da indústria: quanto maior o teor de proteínas nos grãos utilizados como matéria-prima para produzir farelo animal, menores serão os processos utilizados pela indústria para se adequar aos padrões de qualidade.

Com 1% a mais de proteína de soja nos grãos, é possível produzir a depender da eficiência da fábrica de 5% a 10% de farelo de soja a mais. Em um futuro próximo, a produção terá como foco a qualidade do grão, pois boa parte das áreas disponíveis para o cultivo da soja já estão sendo utilizadas, sendo inviável o aumento do território de produção, o que traz ainda mais a necessidade de produzir uma soja de qualidade com alto teor de proteína. A China, a maior importadora de soja brasileira, já preza por soja com teor de proteína elevado. Em 2017 a China fez reclamações ao Ministério da Agricultura sobre o teor de proteína dos grãos de soja, que gerou um alerta para que os produtores melhorassem suas técnicas de manejo para que fosse possível a produção de grãos com o teor ideal de proteína entre 37% e 43%. A tendência para o mercado da soja é pela bonificação dos grãos com altos teores de proteína e óleo. Observando essas mudanças que já estão ocorrendo no mercado, é de suma importância que existam maneiras de avaliar esses teores de proteína e óleo na soja de maneira rápida e assertiva, sem a necessidade de enviar amostras aos laboratórios. Com isso, a Nira foi desenvolvida para facilitar essas análises, sendo possível verificar os teores de proteína, óleo e umidade nos grãos de soja em apenas dois minutos, podendo essa análise ser realizada a campo, ou em qualquer lugar que os grãos sejam entregues. A Nira é uma tecnologia disruptiva e inovadora, de fácil operação e limpa, ou seja, não faz uso de reagentes químicos em sua análise, não causando danos ao meio ambiente e ao operador. Além de ser portátil, possibilitando que a análise seja feita em qualquer lugar.

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Escrito por Gabrielle Sanger e Andrieli Stefanello